terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sobre tanta coisa.

“Eu não sentia nada. Só uma transformação pesável. Muita coisa importante falta nome.” 

Guimarães Rosa

terça-feira, 21 de agosto de 2012

sexta-feira, 17 de agosto de 2012



Hoje é (a) sexta :)

terça-feira, 14 de agosto de 2012


Lendo o desejo de uma outra mulher : "estou cansada de amor de palavras".

Pensou. Sentiu. Recordou. Voltou ao presente. Lembrou desse homem de hoje. Sorriu.

(Trecho do Livro dos Abraços de Eduardo Galeano)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Enviado pela Sapucaia.
(Obrigada por compartilhar sempre, desse coração e das letras)


Fratura Exposta
Por: Vitória de Melo Bispo

Eu quero ser o teu problema. Nada de amor heroico, bonito e comovente. Deixo as filosofias otimistas para quem acredita nelas. Eu quero ser a tua insegurança, o teu objeto de desejo que te faz achar que você só tem defeitos _e que certamente não me merece. Eu quero ser o amor intruso, entrão, inconveniente; invadir o teu pensamento quando um amor menos complicado teimar em se aproximar. Eu quero ser quem te faz procurar terapias; quero ser relatado a um psicólogo. Nada de rendas brancas, vestidos de noiva, taças cruzadas.
Eu quero ser quem te faz sair dos lugares comuns, abandonar jantares importantes e festas com seus melhores amigos. Eu quero ser a ligação às três da madrugada e te confundir inteira quando você achar que já não quer tanto assim. Também quero ser o telefone que não toca no dia seguinte. Eu quero ser tuas unhas roídas, tua mania constante de mexer no cabelo, tua síndrome das pernas inquietas. Eu quero ser a resposta monossilábica para tua declaração. Eu quero marcar um encontro, uma conversa, um café e, de última hora, desmarcar _e numa eventual nova possibilidade de encontro, ver você me esperar outra vez. Nada de fotos, flores, músicas de nós dois.

Eu quero ser o teu eterno caso, a lembrança que você lamenta. Eu quero deixar explícito o meu descaso e te ver, ainda assim, se importando comigo. Eu quero te desfilar como um troféu perante aqueles que um dia te quiseram e, em casa, te colocar no lugar mais ignóbil de minha estante. Eu quero ser as cartas que você não consegue jogar fora; a mentira que você não se cansa de acreditar; a saudade que emudece.

Eu quero ser os textos que você escreve de madrugada, tua tentativa desesperada de não enlouquecer. Quero ser a tua insônia, a tua insanidade. Teu susto, teu único assunto. Você Julieta, eu Romeu que não morreu. Eu quero rir da hipótese de um futuro nosso, ver você me odiar por um minuto e voltar a me amar com toda sua raiva logo depois. Eu quero ser as perguntas que você evita se fazer. Quero ser o seu medo de não aguentar.

Eu quero ser o teu problema, garota. Não por capricho. Não por um motivo pífio.

Eu quero ser o teu problema desde que você se tornou o meu.